A mídia, o terrorismo e a Matrix

Como esse é meu primeiro post nesso blog, acho que seria mais conveniente e educado me apresentar primeiro aos meus novos colegas e leitores. Pois bem, meu nome é Leandro Felipe e moro na cidade do Rio de Janeiro - Brasil. Faço faculdade de História na Universidade Federal Flumimense (UFF), e sobretudo tenho um interesse muito grande nas questões contemporâneas, no que diz respeito à guerras, terrorismo, relações internacionais e e mídia mundial.

Sou partidário de uma mídia independente, desatrelada dos grandes interesses políticos e econômicos que tendem, de forma tendenciosa, à manipular a informação. É particularmente interessante a relação da grande imprensa e do mundo Ocidental, com a questão do terrorismo internacional. Percebe-se que é bastante perceptível, um "tratamento diferenciado" para julgar crimes cometidos por pessoas, grupos ou países.

Como exemplo, pegarei o caso do terrorismo internacional, que anda tão em voga. Ora, ninguém nega a existência de grupos terrroristas árabes, sejam eles da Palestina, Líbano, Iraque, ou mesmo os considerados Estados Terroristas como Irã, Líbia, Síria, Paquistão (nesse caso, me refiro também a qualquer país que possa se enquadrar na categoria de ditadura, ou governo de exceção). Mas pouco ou melhor, NADA se fala do Terrorismo de Estado praticado (em larga escala) por países como Estados Unidos e Israel, que não raro, promovem verdadeiros atos de carnificina contra alvos, sabidamente indefesos.

No entanto, a imprensa não procura dar o mesmo tratamento, e óbviamente isso é proposital. Nas ações militares israelenses e norte-americanas, quando atingem de forma fatal agrupamentos civis; ou se passa a idéia de cumplicidade daquelas vítimas com os possíveis terroristas aos quais aquelas forças caçavam, ou quando esta manobra se torna ridícula, procura-se passar a idéia de um "trágico erro" ou "acidente". Nunca se considera essas ações, praticadas seja por Estados Unidos, Israel ou qualquer aliado Ocidental, de atos de terrorismo internacional. E percebe-se a diferença de tratamento no que se refere à atrocidades cometidas por árabes ou as cometidas pelo Tio Sam ou seus aliados. Nesse caso, sempre se abre espaço para uma desculpa, quase sempre ridícula.

É vergonhosa a humilhação à que Israel sempre submeteu o povo palestino, negando lhes descaradamente, os mais básicos direitos, e no entanto o mundo (a imprensa incluída) continua calado num silêncio que beira a covardia, tudo (segundo alegam) em nome da suposta segurança de Israel.

É considerado quase uma heresia, portanto, chamar Israel de Estado Terrorista, e no entanto é isso que ele é. Mas você é tachado, covardemente, de anti-semita, mesmo que não tenha em nenhum momento falado a respeito da religião judaica ou dos judeus e sua cultura, de forma depreciativa.

Para quem se interessa pelo assunto terrorismo internacional; as suas interpretações, como ele é entendido pelo Ocidente e como ele é de fato, aconselho à todos o livro: Piratas & Imperadores: antigos & modernos: o terrorismo internacional no mundo real (Pirates and Emperors, old and new), escrito pelo lingüista norte-americano Noam Chomsky. Nesse livro, ele discute exatamente a respeito do assunto por mim abordado aqui. Famoso pela sua crítica contundente, Noam Chosky chegou a ser considerado pelo The New York Times (jornal que aliás é alvo de muitas de suas críticas), como "um demolidor de verdades consagradas."

O que precisamos é tomar a nossa pílula vermelha da Matrix, ou do contrário, continuaremos na nossa "stupid little life".

Abraços!!